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Ato ‘Ditadura Nunca Mais’ e Medalha Chico Mendes, dia 1º de abril, rememoram e repudiam 60 anos do golpe

Manifestação em frente à sede do antigo Dops, no Centro do Rio, começa a partir das 15h da segunda (1); ato se deslocará até Faculdade de Direito da UFRJ, onde acontecerá a entrega da Medalha Chico Mendes; pela manhã, caravana sairá da Cinelândia rumo a Juiz de Fora, na ‘Marcha da Democracia’.

IMPRENSA SINDSCOPE

Os 60 Anos do Golpe liderado por militares, com apoio de grandes empresários e do governo dos Estados Unidos, que instalou no Brasil 21 anos de ditadura, serão rememorados e repudiados com atividades em várias cidades do país na segunda-feira, dia 1º de abril de 2024.

No Rio de Janeiro, setores da sociedade civil vão às ruas no Centro da capital fluminense. O ato ‘Ditadura Nunca Mais’ está previsto para acontecer em frente à sede do antigo Dops, na Rua da Relação 40, esquina com a Rua dos Inválidos, a partir das 15 horas.

A sede do Departamento de Ordem Política e Social é uma referência na tortura e perseguição a quem se opunha à ditadura. Organizações e movimentos por ‘memória, verdade e justiça’ defendem que ela seja transformada num museu – reivindicação que, num recente giro de posição do governo, o presidente Lula sinalizou que não será atendida.

Caminhada

Após o ato, a manifestação seguirá até o Centro Acadêmico Cândido de Oliveira (Caco), na Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro – símbolo da resistência contra a repressão.

E a partir das 18 horas, começa ali, no auditório na rua Moncorvo Filho 8, mais uma atividade indissociável da luta e resistência à ditadura: a 36ª edição da Medalha Chico Mendes, homenagem concedida pelo Grupo Tortura Nunca Mais a pessoas, entidades e movimentos que se destacam nas lutas por direitos humanos

Dez pessoas ou organizações serão homenageadas nesta edição:

✔️Boycott, Divestment, Sanctions (BDS) & Stop the Wall (Boicote, Desinvestimento, Sanções & Pare o Muro)
✔️Gonzaguinha (in memoriam)
✔️Histórias Desobedientes (Argentina)
✔️Leonel Moura Brizola (in memoriam)
✔️Maria Criseide da Silva e Wellington Marcelino Romana
✔️Noberto Nering (in memoriam)
✔️Pastor Mozart Noronha
✔️Quilombolas do Sapê do Norte (ES)
✔️Ranúsia Alves Rodrigues (in memoriam)

Pautas

A manifestação que repudiará os 60 Anos do Golpe, no Centro do Rio, defende a seguinte pauta:

=Sem anistia para os golpistas de 1964 e do 8/janeiro;

=Pela imediata reinstalação da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos;

=Pela transformação do prédio do antigo Dops num espaço de memória;

=Pelo fim da violência policial e do genocídio negro nas favelas;

=Pelas abertura de todos os arquivos da ditadura, especialmente os militares;

=Pelo cumprimento das sentenças da Corte Interamericana de Direitos Humanos nos casos Araguaia e Herzog;

=Pela construção de políticas de memória, verdade, justiça e reparação pelas violências de Estado do passado e do presente.

Caravana

Também no dia 1o de abril, haverá uma caravana até Juiz de Fora (MG), que reunirá manifestantes do Rio, São Paulo, Espírito Santo e de Minas Gerais.

A Marcha da Democracia sairá da Cinelândia, no Centro do Rio, por volta das 8 horas da manhã, e fará paradas em Petrópolis e na divisa com o território mineiro.

A manifestação fará o percurso inverso das tropas que, em 1964, se deslocaram de Juiz de Fora para o Rio de Janeiro, sob o comando do general Olympio Mourão Filho, a fim de depor o presidente democraticamente eleito João Goulart, que se encontrava no Palácio Laranjeiras, na capital fluminense.

A manifestação será encerrada, ao final da tarde, na Praça Antônio Carlos, em Juiz de Fora, com um ato em repúdio ao golpe e em defesa da democracia.

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Imagem: Coalizão Brasil por memória, verdade, justiça e reparação

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