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Indígenas da Aldeia Maraka’na denunciam ameaça de despejo e reafirmam luta “pelo território Sagrado”

Representante indígena esteve na assembleia de greve do Colégio Pedro II expondo a situação e solicitando apoio

IMPRENSA SINDSCOPE

Melissa Xakriabá, da Aldeia Maraka’na, esteve presente na assembleia do Sindscope desta terça-feira (25), onde denunciou a tentativa de despejo por parte do governo do Estado e solicitou apoio à causa.

Ela pediu que as trabalhadoras e os trabalhadores do Colégio Pedro II assinassem e compartilhassem o abaixo-assinado “Contra a Remoção da Aldeia Maraka’na”: https://www.change.org/p/contra-a-remo%C3%A7%C3%A3o-da-aldeia-maraka-na .

Os indígenas vêm lutando pela preservação de seu território sagrado, localizado no entorno do estádio do Maracanã. Desde o ano de 2012, quando a cidade estava prestes a sediar a Copa do Mundo e as Olimpíadas, a aldeia vem sofrendo reiteradas tentativas de reintegração de posse por parte do Estado do Rio de Janeiro.

A despeito dos ataques, a Aldeia tem sido palco de diversas atividades educativas e culturais, atraindo escolas, universidades e pessoas interessadas em conhecer este local de profunda importância espiritual e histórica para os povos indígenas.

Nos últimos anos, o local se tornou um centro de resistência e preservação cultural, com a instalação da Universidade Indígena. Esta instituição, gerida por indígenas, é símbolo de autonomia e resistência em um país marcado pela colonização e pela violência contra os povos originários.

Contudo, as ameaças persistem. No dia 12 de junho de 2024, a comunidade indígena recebeu uma intimação referente a um processo na Justiça Federal, que determina o despejo em 30 dias de quem ali reside, em cumprimento de sentença de uma ação movida pelo Estado do Rio de Janeiro.

Melissa informou que correm perigo as 14 famílias de diversas etnias (com adultos, crianças e idosos), que além de viverem ali, residem com suas espiritualidades, práticas, costumes e tradições e fazem um trabalho de resistência e manutenção das culturas indígenas.

A situação coloca em risco imediato a permanência dos indígenas no local, refletindo a contínua desconsideração do Estado, das empresas e da especulação imobiliária pelas iniciativas educacionais e culturais ali desenvolvidas.

Os indígenas da Aldeia Maraka’na denunciam que, para o Estado e os interesses econômicos, suas iniciativas não têm valor, o que torna a ameaça de desocupação ainda mais urgente e preocupante. No entanto, eles reafirmam a determinação em resistir. “Nossa história é de luta e suor. Nosso lema é resistir. Aldeia resiste! A Universidade Indígena fica e nós, povos originários, também”, disse Melissa.

A luta pela Aldeia Maraka’na é a luta pela preservação da cultura, da educação e dos direitos dos povos indígenas. O Sindscope convida todas e todos a se unirem a esta causa, defendendo a permanência da Universidade Indígena e o reconhecimento do território sagrado como símbolo de resistência e dignidade para os povos originários do Brasil.

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