Em assembleia, servidores do CPII apoiam repúdio da Uerj a bolsonarista que quer fechar universidade

Deputado bolsonarista, que já havia arrancado faixa no campus, apresentou projeto em que propõe acabar com a maior universidade estadual pública e gratuita do Rio de Janeiro

IMPRENSA SINDSCOPE

Assembleia das servidoras e servidores do Colégio Pedro II, realizada pelo Sindscope, declarou apoio à luta da comunidade acadêmica da Uerj em defesa da instituição, da liberdade de expressão e em repúdio às ações “criminosas” do deputado estadual bolsonarista Anderson Moraes (PSL). 

O parlamentar gravou vídeo no qual aparece arrancando faixa estendida no campus Maracanã em defesa da vacinação, contra a destruição dos serviços públicos e pelo fim do governo Bolsonaro. Poucos dias depois, o parlamentar apresentou projeto na Assembleia Legislativa propondo a extinção da Uerj. 

Por consenso, a assembleia ocorrida na quarta-feira, dia 26 de maio de 2021, por videoconferência, decidiu subscrever a nota de repúdio divulgada pela Associação dos Docentes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Asduerj). 

O PSL, partido de Anderson Moraes, é o mesmo da deputada federal Bia Kicis, que liderou a aprovação, esta semana, da proposta de reforma Administrativa na Comissão de Justiça da Câmara, que agora será analisada por uma comissão especial. Os sindicatos afirmam que a proposta levará à destruição dos serviços públicos.

O servidor Selmo Nascimento ressaltou que é grave o projeto de lei apresentado na Assembleia Legislativa pelo deputado bolsonarista que extingue a universidade, entre as maiores instituições públicas de ensino superior do país. Na justificativa do projeto, observou, o deputado aliado do presidente Jair Bolsonaro cita a recuperação fiscal do Estado do Rio como uma das razões de propor o fim da universidade. Já o servidor Luiz Sérgio, da diretoria do Sindscope, informou que a mais recente plenária do Sinasefe também aprovou a divulgação da nota.   

O presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), declarou que o projeto é inconstitucional e que não será encaminhado para apreciação e votação. A seguir, a nota da Asduerj:

Nota de repúdio e de indignação da Associação dos Docentes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Asduerj) referente às ações criminosas de parlamentar bolsonarista

A diretoria da Asduerj, por meio da presente nota, manifesta seu repúdio e indignação diante das ações do deputado bolsonarista Anderson Moraes (PSL). No dia 19 de maio, o deputado invadiu a universidade na calada da noite, intimidou trabalhadores, e promoveu um ato de vandalismo ao arrancar uma faixa afixada após uma manifestação política da comunidade acadêmica. Essa atitude intimidatória, autoritária, antidemocrática e anticonstitucional foi rechaçada pelos estudantes, servidores da Uerj e parlamentares da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), o que levou o deputado a revidar, protocolando nesta quarta-feira, dia 26, um Projeto de Lei que propõe a extinção da Uerj.

No afã de defender o presidente Jair Bolsonaro e o genocídio em curso no país, o parlamentar se dedica a promover ações criminosas com o objetivo único de estimular a perseguição política, ferir a autonomia universitária, incitar seus seguidores nas redes sociais e fomentar o ódio contra a universidade, contra os servidores públicos e contra os estudantes.

O referido deputado tem uma trajetória desprezível na Alerj, apresenta conduta duvidosa e possui um vergonhoso histórico no parlamento, que inclui bloqueios em suas contas nas redes sociais por divulgar fake news. Esse mesmo indivíduo demonstra total desconhecimento acerca das suas funções como parlamentar e parece desconhecer ou ignorar a importância da Uerj como uma universidade pública, sendo esta uma das maiores, das mais prestigiadas e populares universidades da América Latina, com uma importância vital para o estado do Rio de Janeiro, na geração de pesquisa e conhecimento em seus oito campi espalhados pelo estado. A história dessa universidade, que remonta há 70 anos, não será maculada por ataques antidemocráticos e inconstitucionais. Seguiremos em nossas funções, que geram a produção de conhecimento científico e, acima de tudo, contribuem para a promoção de uma sociedade mais justa.

Seguiremos em luta, enfrentando o fascismo e todas as formas de ataque à Uerj.

FASCISTAS, NÃO PASSARÃO! UERJ FICA!

Asduerj

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