Greve começa, vai às ruas e se une a outros setores que cobram do governo respostas devidas à categoria

Servidores e servidoras do Colégio Pedro II participaram do ato no Centro do Rio, no primeiro dia da greve, que terá assembleia nesta quinta (4)

IMPRENSA SINDSCOPE

A greve das servidoras e servidores do Colégio Pedro II começou, nesta quarta-feira, dia 3 de abril de 2024, indo às ruas e com uma sinalização de forte adesão, de acordo com os dados iniciais da paralisação.

Técnicos e docentes levaram à av. Rio Branco as reivindicações da categoria, expostas nas faixas carregadas na passeata, que saiu da Candelária e terminou na Cinelândia, no Centro do Rio de Janeiro.

A maior delas, anunciava que o Colégio Pedro II entrara em greve. Outra, defendia a extensão do auxílio-alimentação para os aposentados e pensionistas. O pagamento do piso do magistério, a revogação da reforma do Novo Ensino Médio e a reestruturação da Carreira dos técnicos e técnicas administrativas.

Estudantes do Colégio Pedro II também participaram da manifestação, apoiando o início da greve. A ida conjunta ao ato teve como ponto de encontro o campus Centro, na av. Marechal Floriano. Desde as 14h30, ou mesmo pouco antes, servidores e servidoras, assim como estudantes, se concentraram ali para caminharem juntos até a Candelária.

Caminhada

“Servidor, unido, jamais será vencido”, cantaram ao chegarem à Candelária, no cruzamento da av. Presidente Vargas e Rio Branco. “Não é mole não, tem dinheiro pra banqueiro só não tem pra Educação”, ecoaram em seguida, numa crítica ao montante de recursos públicos, algo que beira a metade do orçamento federal, todos os anos destinados ao pagamento de juros a credores das dívidas públicas da União.

Foram recebidos com aplausos por quem já se encontrava ali, na concentração para o ato. Havia servidores e servidoras de vários setores, mas em especial da Educação, tanto das universidades federais, nas quais os técnicos já estão parados desde o dia 11 de março, quanto de outros institutos, que também entraram em greve nesta primeira quarta-feira de abril.

Na Candelária, o servidor Luiz Sérgio, diretor do Sindscope, falou do carro de som. Lembrou que foram os serviços públicos que socorreram a população quando, na pandemia, um governo de extrema direita fascista negava a ciência e as medidas preventivas na saúde. Também mencionou os servidores e servidoras que estiveram na linha de frente no enfrentamento às madeiras e as queimadas na Amazônia. “E são estes mesmos servidores que agora recebem do governo um reajuste zero este ano”, disse.

Da Candelária, em frente a uma das igrejas mais tradicionais do Rio, a passeata rumou, quase no início da noite, para a Cinelândia. Os manifestantes somavam quase duas mil pessoas, que cruzaram, ao lado dos bondes, hoje batizados de VLT, que volta e meio passavam paralelos à passeata, os mil e quatrocentos metros que separam a Igreja da praça de tantas manifestações.

Talvez um público aquém do tamanho dos desafios. Mas é um quantitativo que há algum tempo o funcionalismo federal não reunia em manifestações no Centro do Rio, dando margem à expectativa de que o movimento, agora com mais setores em greve, pode crescer.

A presença dos servidores e servidoras do Colégio Pedro II era marcante na passeata. A coluna não se manteve num mesmo bloco, acabou se espalhando por variadas alturas da passeata. Porém, com faixas, adesivos e bandeiras, mantinha uma coesão e uma presença marcante neste primeiro ato de uma greve que já começa indo às ruas e levando bandeiras e faixas que defenderam a escola pública e quem nela trabalha e estuda.

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