Repressão a metroviários, a 3 dias da Copa, é destaque no mundo

Notícias sobre a greve e repressão da PM em SP têm mais destaque do que a expectativa com a Copa da Fifa

Imprensa Sindscope

A repressão policial do governo paulista a metroviários em greve e a manifestantes que foram às ruas declarar apoio à categoria já repercute em sites de jornais fora do país. Inevitável, todos fazem referência à proximidade da abertura da Copa do Mundo e ao ‘caos’ na capital paulista, que abrigará o primeiro jogo do mundial, na quinta-feira (12).

O site do “Clarin”, do diário de maior circulação na Argentina, disse que a situação está caótica em São Paulo a poucos dias da Copa. “Segue o caos em São Paulo, a quatro dias do início do mundial”, estampava com destaque a página da publicação na internet, na manhã desta segunda-feira (9). O texto, assinado pela correspondente Eleonora Gosman, destaca o apelo dos dirigentes sindicais metroviários ao governo federal para que também atue nas negociações e evite que a paralisação prossiga até o começo do mundial.

Na França, o site do “Le Monde”, mais tradicional jornal francês, também aborda a greve e a repressão na única referência que faz com alguma relevância à Copa do Mundo no Brasil. “São Paulo: a três dias do mundial, a polícia dispersa manifestantes”, diz o título postado na parte inferior da página de abertura do site. Já o jornal “Público”, diário português, dá mais destaque para a Copa em sua página na web. De todo modo, é a greve e a ação da PM que recebem o maior destaque: “Confrontos entre polícia e trabalhadores do metrô de São Paulo marcam quinto dia de greve”, diz um dos principais títulos na parte superior da página. O texto informa que a empresa se nega a conceder mais 3,5% de reajuste aos seus empregados e não admite nada além dos 8,7% já admitidos.

O site do “El Pais”, da Espanha, provavelmente o mais influente jornal em língua espanhola do mundo, também noticiou o caso com destaque, sob o título: “Uma greve do metrô em São Paulo complica a inauguração do Mundial”. A reportagem, assinada pela correspondente Camila Moraes, diz que a polícia dispersou manifestantes jogando bombas de gás lacrimogêneo sobre eles.

A greve dos metroviários, iniciada na quinta-feira (5), vem recebendo declarações de solidariedade por meio das redes sociais de todo o país. Levantamento da TV Record obteve 80% de apoio de quem respondeu à enquete. É provável que contribua para isso a proposta feita pelos metroviários, e rejeitada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), de trocar a paralisação pela liberação das catracas para que a população viajasse de graça como forma de pressão da campanha salarial.

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Por Hélcio Duarte Filho

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