Greve na Educação federal: proposta para PCCTAE decepciona e irrita servidores na mesa em Brasília

Proposta do governo para técnicos e técnicas acrescenta menos de 3% ao já oferecido até 2026, decepciona entidades sindicais e faz ecoar o grito na recepção à bancada sindical em Brasília: ‘a greve continua, governo a culpa é sua”. Reunião que trataria das carreiras docentes é adiada pelo ministério

IMPRENSA SINDSCOPE

A prometida proposta de reestruturação da Carreira dos técnicos e técnicas administrativas (TAEs) das instituições federais de ensino decepcionou as representações das entidades sindicais que participaram da reunião de negociação na manhã desta sexta-feira, dia 19 de abril de 2024, com representantes do Ministério da Educação e da Gestão e Inovação nos Serviços Públicos. Na prática, em termos percentuais, segundo o relato dos dirigentes sindicais, ela acrescenta apenas cerca de 3% de reajuste em relação ao que já havia sido apresentado e sido rejeitado pelo conjunto das categorias envolvidas nesse processo negocial. O reajuste zero para 2024 é mantido.

A proposta não apenas decepcionou como aumentou o tom dos discursos em defesa do fortalecimento da greve da educação federal, que hoje envolve técnicos, docentes e, em parte das instituições, estudantes. Ao deixarem a sala de reunião, os representantes sindicais falaram com a manifestação das categorias em greve que ocorria na porta do local, em Brasília. Foi unânime a rejeição e decepção com o que foi apresentado, embora as representações sindicais tenham ressaltado que a minuta com a proposta, que deverá ser enviada às entidades, será encaminhada aos fóruns nacionais e de base das categorias para ser apreciada. São as categorias que dirão se aceitam ou não, afirmaram. A atividade foi transmitida ao vivo pelas redes sociais das entidades nacionais.Assista a live do Sinasefe sobre o resultado da negociação com o governo: https://www.instagram.com/p/C58vTXELNiq

No Colégio Pedro II, o Sindscope e o Comando de Greve estão convocando uma assembleia para o dia 24 de abril, quarta-feira que vem, a partir das 9 horas, no auditório do Colégio Pedro II. A assembleia de organização das atividades de greve e de encaminhamentos desta luta deverá também apreciar o que foi proposto.

Docentes Já a rodada de negociação desta mesma mesa temporária com docentes das instituições de ensino federais, que ocorreria à tarde, foi adiada pelo Ministério da Educação para outra data ainda não informada, também gerando críticas por parte das entidades sindicais. Não há ainda informação sobre o que moveu o governo Lula a desmarcar a rodada da mesa de negociação. Na conversa com os técnicos, os representantes dos ministérios tentaram ‘vender’ algo que não realidade não ofereciam. Misturando recomposição salarial com reestruturação de carreira, tratou a proposta como um reajuste total de 22,97%, parcelado em dois anos, em janeiro de 2025 e em 2026. Porém, faz parte desta soma algo que já foi concedido quase um ano atrás, os 9% pagos em maio de 2023.Como já havia sido oferecido 4,5% em 2025 e 4,5% em 2026, na prática, a diferença entre o que já estava posto e o oferecido agora limita-se a no máximo 3% a mais. A bancada sindical também afirmou que o governo está querendo testar os servidores e a greve e demonstrou sem rodeios isso nesta rodada de negociação da mesa específica e temporária da Educação, responsável pela discussão em torno da reestruturação das carreiras. “Talvez a base pense diferente de vocês”, disse, segundo relato dos servidores, um dos secretários presentes à reunião.

O resultado desmente o que o secretário de Gestão de Pessoas, José Celso Cardoso Jr., disse a servidores e servidoras durante a audiência pública ocorrida no Auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, na terça-feira (16). Para um plenário lotado, o representante do Ministério da Gestão disse que seria apresentada uma proposta irrecusável e que poderia acabar com a greve. Setenta e duas horas depois, a proposta decepcionou e irritou os trabalhadores. Na recepção à bancada sindical, as críticas e vaias ao que o governo colocou na mesa deram o tom das reações e discursos. “A greve continua, governo a culpa é sua”, foi a palavra de ordem mais cantada.

Foto: Sinasefe Nacional

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